Artigo de opinião
publicado no diário ‘As Beiras’
em 30 de Junho de
2012
Na sociedade atual o
desporto desempenha um papel cada vez mais importante, não só em termos sociais
mas também económicos. A atividade desportiva movimenta quantidades
incomensuráveis de dinheiro em todo o mundo e faz bem à saúde de pessoas,
empresas e economias.
É claro que num mundo tão
tecnológico como aquele em que vivemos, não é de estranhar que as tecnologias
desempenhem um papel extremamente importante nesta área de atividade. De facto,
já há muitos anos que assim é, já que o desenho de vestuário, calçado e
equipamentos desportivos sempre procurou tirar partido das melhores tecnologias
por forma a maximizar o desempenho dos atletas.
Também já se pode encarar
como tradicional a utilização de meios computacionais para analisar um sem
número de parâmetros biomédicos recolhidos em ambiente controlado, normalmente
em ginásio, com recurso a uma série de sensores de utilização mais ou menos
incómoda. Apesar de esses dispositivos poderem ser desconfortáveis e afetarem o
desempenho dos atletas, esses dados têm vindo a permitir revolucionar o
desporto de alta competição.
Mas o avanço das
tecnologias da informação e comunicação (TIC) abre largas perspectivas nesta
matéria. A utilização de tecnologias de redes de sensores sem fios permite
agora recolher dados enquanto o atleta está em treino normal (e até em prova),
e não apenas em ambiente de laboratório.
Os sensores são agora
suficientemente pequenos e leves para serem embutidos no vestuário, calçado e
equipamentos dos atletas de forma imperceptível e, portanto, sem que tal afete
o seu desempenho. Torna-se, assim, possível, recolher um manancial de dados que
pode ser analisado quer em tempo real quer a
posteriori.
Apesar do avanço tecnológico,
muitos desafios ainda persistem na utilização de redes e sensores em atletas de
alta competição. É certo que existem já muitos equipamentos disponíveis no
mercado, mas são essencialmente orientados para o mercado amador já que a sua
precisão é bastante baixa. Nestes casos o requisito da imperceptibilidade não
existe e é perfeitamente aceitável obter dados aproximados. Além disso, tal pode ser conseguido com equipamentos de
baixo custo.
Já em alta competição os
requisitos sobem vários patamares. É indispensável que os sensores sejam
imperceptíveis para os atletas – o que leva a que tenham que ter baixo peso,
baixo volume e quase sempre sejam colocados no calçado – e que tenham elevada
precisão.
Seja como for, uma coisa é
certa: para além do impacto decisivo que têm em muitas outras áreas, as
tecnologias da informação e comunicação estão também a mudar a face do mundo
desportivo, e contribuem de forma ativa para o ideal olímpico: citius, altius, fortius, ou seja,
em bom português, mais rápido, mais alto e mais forte.
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