Artigo de opinião
publicado no diário ‘As Beiras’
em 11 de Junho de
2012
Que as tecnologias da
informação e comunicação (TIC) mudaram o mundo em poucos anos é algo que
ninguém contesta. Poucos duvidam, também, que as TIC continuarão a provocar profundas mudanças, de
forma imprevisível, durante muitos anos, provavelmente até aprendermos a lidar melhor
com a híper-abundância de informação e serviços que elas propiciam.
É, por isso, claro que a
educação e formação em TIC e com TIC são essenciais para a sociedade em geral e
para o nosso país em particular. Não falo aqui de distribuir uns computadores
por alunos e professores – aproveitando para estimular o mercado da informática
e das telecomunicações – e pensar que está feita a formação em TIC, mas sim de
formação em TIC e com TIC com pés e cabeça.
É certo que educação e
formação nunca foi o forte do nosso país, que sempre preferiu hipotecar o
futuro para fazer ‘flores’ no presente, mas será uma injustiça não dizer que,
apesar de tudo, existem por cá boas ofertas de formação intermédia e superior
em TIC. Bastará algum bom senso para as encontrar.
Por outro lado, por
reconhecerem a importância das TIC na formação, muitas universidades e outras
escolas nacionais e estrangeiras apostam fortemente no ensino à distância (o
chamado e-learning) e na disponibilização de todo o tipo de conteúdos para todo
o tipo de i-plataformas. Esta fartura de “es” e de “is” tem as suas vantagens e
os seus inconvenientes.
O ensino à distância,
possibilitado por um sem-número de plataformas informáticas, já não pode ser
considerado um nicho de mercado, assumindo agora um papel central, fonte de
receitas consideráveis. Não pode, por isso, ser deixado ao acaso ou à mercê de
amadorismos, exigindo meios e profissionais especializados, por forma a
torná-lo eficaz.
Os seus atrativos são
vários. A redução ou eliminação de constrangimentos de distância e tempo, o
acesso a informação atualizada e a facilidade de interação docente-aluno são
alguns deles. Por outro lado, o e-learning é uma ferramenta de enorme
importância na atualização contínua de profissionais das mais variadas áreas,
já que não os obriga à interrupção da sua atividade para a realização dos
cursos.
Mas, naturalmente, também
há inconvenientes. Por muito estimulantes que as TIC possam ser, é um erro
considerar que, só por si, podem ser motivação para uma aprendizagem de melhor
qualidade. Não se pode, por isso, pensar que o e-learning substituirá todas as
outras formas de ensino e aprendizagem, devendo-se sim encará-lo como
ferramenta complementar ou específica para determinados ambientes.
É que, por muitos “es” e
“is” que se juntem ao “learning”, por muitas plataformas de TIC que se
utilizem, a verdade é que é a aprendizagem que é importante e não a forma mais
ou menos apelativa com que ela se veste.
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