quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pela sua saúde


Artigo de opinião publicado no diário ‘As Beiras’
em 9 de Abril de 2012


A generalização da utilização de tecnologias da informação e comunicação (TIC) em ambiente móvel, recorrendo a redes de terceira e, brevemente, de quarta geração, abre um vasto leque de perspetivas em termos de novas aplicações.

Uma das áreas aplicacionais que já começa a ser explorada, ainda que de forma incipiente, é a da saúde. As comunicações móveis, aliadas a uma variedade de dispositivos sensores, permitem a monitorização remota de doentes, com enormes benefícios em termos da sua independência, mobilidade e conforto.

Para além disto, este tipo de monitorização permite, entre outros aspetos, maior eficiência de utilização de meios humanos, já que pode ser automatizada em boa medida, apenas exigindo intervenção humana quando os parâmetros sob monitorização ultrapassam determinados limites. Aliviam-se, assim, as unidades de saúde e reduzem-se custos, sem que tal represente qualquer perda de qualidade dos cuidados médicos prestados.

As TIC e a mobilidade podem também ser utilizadas para promover um maior contacto entre paciente e unidade ou profissionais de saúde, quer para acesso a informação de saúde, quer para aconselhamento e, até, pré-avaliação clínica.

Para além disso, estas tecnologias têm um enorme potencial e valor na interação entre profissionais, por exemplo, entre equipas de emergência e unidades de saúde, possibilitando que dados recolhidos ‘in loco’ fiquem imediatamente disponíveis nos sistemas de informação hospitalares.

É claro que o desenvolvimento deste tipo de aplicações não foge à regra praticamente universal da multidisciplinaridade. Em primeiro lugar têm que estar envolvidos os profissionais de saúde que, melhor do que ninguém, sabem exatamente o que pretendem para a aplicação.

Naturalmente, a equipa de desenvolvimento tem que incluir também especialistas em informática, que terão que traduzir os requisitos e cenários de aplicação numa arquitetura adequada, desenhar uma interface com os utilizadores que seja eficaz, simples e apelativa e, naturalmente, implementar, testar e afinar a aplicação.

Não menos importante – quer na fase de identificação de requisitos quer na fase de testes – é a participação de potenciais utilizadores, dado que a sua visão não técnica permite identificar aspetos e sugerir soluções que os especialistas não vêm.

A área da saúde é, sem dúvida, uma das que mais potencial tem em termos de aplicação das tecnologias da informação e comunicação em ambiente móvel. É, por isso, de esperar que nos próximos anos aplicações deste tipo se vulgarizem e ganhem terreno em termos de implantação e importância. Esta é, talvez, uma das áreas mais nobres de aplicação das TIC, pois é aqui que mais marcadamente se percebe que não são as TIC que importam, mas sim as pessoas.

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