terça-feira, 6 de abril de 2010

Bits, bytes, mega e giga


Artigo de opinião publicado no diário ‘As Beiras’
em 5 de Abril de 2010


Em Português corrente utilizam-se, cada vez mais, alguns termos relacionados com as tecnologias da informação e comunicação. Tal é perfeitamente natural, dado que estas tecnologias entram constantemente pelas nossas vidas, quer queiramos quer não. Apesar disso, muitos termos são utilizados sem que o seu significado exacto seja conhecido pela maioria das pessoas que os utilizam. Aqui fica uma tentativa – mais uma, diria – de clarificar o significado de alguns.

Um ‘bit’ (contracção de binary digit) é a mais elementar unidade de informação processável por equipamentos digitais binários, podendo assumir apenas dois valores lógicos: 0 ou 1. Esta característica facilita enormemente quer o armazenamento, quer o processamento quer, ainda, a transmissão de informação, estando na base do funcionamento de todos os dispositivos digitais.

Normalmente, a informação não é processada com base em bits individuais, mas sim em grupos de 8 bits, designados ‘bytes’. De facto, em muitos casos, processam-se grupos de bytes (2, 4 ou mesmo 8) de cada vez, e não bytes isolados. Naturalmente que, dadas as actuais capacidades de processamento, armazenamento e comunicação dos computadores, os volumes de informação não se podem medir em bits ou bytes mas sim em múltiplos destas entidades básicas.

Quando se fala em velocidades de transmissão – mais correctamente, em débito binário – está a falar-se da quantidade de bits que são transmitidos por unidade de tempo. Neste caso, os prefixos utilizados, como sejam, quilo, mega, giga, tera, etc., têm o mesmo significado que no sistema internacional de unidades. Assim, um quilobit por segundo (1 Kbps) corresponde ao envio/recepção de 1000 bits num segundo, 1 megabit por segundo (1 Mbps) corresponde ao envio/recepção de 1.000.000 de bits num segundo, 1 gigabit por segundo (1 Gbps) a mil milhões de bits num segundo, e 1 terabit por segundo (1Tbps) corresponde a um milhão de milhões, ou seja, um bilião (1.000.000.000.000) de bits por segundo.

Já quando se fala em capacidade de memória, seja ela central ou secundária (isto é, disco, CD, DVD, ou outro), a base é o byte – e não o bit – pois essa é a unidade mínima de leitura ou escrita na memória. Existe, ainda, outra diferença em relação ao caso da transmissão: no caso do armazenamento em memória, os prefixos quilo, mega, giga, tera, etc., não correspondem a 10**3, 10**6, 10**9, 10**12, etc., mas sim à potência de 2 mais próxima dessa quantidade. Assim, 1 Kbyte (abreviado 1 KB) não são 1000 bytes mas sim 1024 bytes, isto é, 2**10 bytes; 1 Mbyte (1 MB) são 1024×1024 bytes, ou seja, 2**20 bytes ou, ainda, 1.048.576 bytes; 1 Gbyte (1 GB) são 1024×1024×1024 bytes, ou seja, 2**30 bytes ou, ainda, 1.073.741.824 bytes; e, por fim, 1 Tbyte (1 TB) são 1024×1024×1024×1024 bytes, ou seja, 2**40 bytes ou, ainda, um bilião, noventa e nove mil e quinhentos e onze milhões, seiscentos e vinte e sete mil e setecentos e setenta e seis bytes.

Com tantos e tão grandes números, dá mesmo vontade de esquecer estes detalhes técnicos, abrir o computador e navegar um pouco na Internet para descontrair. Mas cuidado, pois nem tudo o que se encontra lá está correcto, a começar por certas definições de bits, bytes, mega, giga e outros termos técnicos.